Finalmente o Dia Dê e a Hora Agá chegaram e a vacinação contra o coronga começou oficialmente no Brasil, neste domingo. Foi um raro momento de alívio e celebração em meio a esta tragédia que se arrasta há dez meses e não vai acabar com a primeira dose da VACHINA aplicada no braço da maravilhosa enfermeira Mônica Calazans, mas aquele momento foi lindo demais, e muito simbólico. É a tal da luz no fim do túnel. Me senti fisicamente mais leve e bem vendo a ESPERANÇA brotar nesse vale da sombra e da morte que é o Brasil sob Jair.
Mas definitivamente Jair e seu lamentável general da saúde Pauzueiro estão acuados, após a trágica lambança do oxigênio de Manaus e as diversas lambanças com a vacina (que só estão começando, aguardem o SHOW de logística na distribuição da dose pra todo o país). O tom da grande mídia mudou, movimentos ~apartidários~ que pediram o golpeachment da Dilma já tão chamando impeachment pro Bozo, e o assunto voltou à pauta, após uma primeira movimentação no começo da pandemia ter dado lugar a uma certa pasmaceira e Bozo segurando a popularidade com o auxílio emergencial e doses maciças de feiquiníus no zap e no feice.
Mas a real é que, se ele fosse minimamente esperto, teria apenas feito o que precisava fazer desde o começo, estaria agora com 70% de aprovação (que agora está por volta de 30%, com viés de queda). Mas, limitado, se aferrou à narrativa mais confortável pra ele lá no começo, não fez picas e se aferrou às tábuas de salvação cloroquiners já totalmente desacreditadas. Os profissionais que alimentam a rede de desinformação estão se desdobrando, mas não conseguem mais controlar a narrativa. E o corpo mole da imprensa em nomear as coisas parece que ficou pra trás. Sem dúvida o cenário externo, com Biden chegando pra por ordem no galinheiro nos EUA, muda algumas coisas aqui. Bozo vai sedimento sua imagem real de um boçal apalermado, vagabundo que não gosta de trabalhar e só tenta jogar a culpa pros outros.
Sim, ele ainda tem apoio, no congresso, do centrão, de diversos clusters reacionários no judiciário, MP, e claro, nas forças armadas e polícias. Mas entre os dados interessantes da última pesquisa XP que detectou uma não desprezível queda de 6 p.p. na aprovação do presidente, de 38 pra 32, está uma queda de 53 para 40 na aprovação entre o eleitorado EVANGÉLICO. O apoio também despencou de 40 pra 26 nas regiões Norte/Centro-Oeste. Enfim, SINAIS.
Há muita análise apressada rolando sobre a inviabilidade do impeachment agora, com o governo ainda tendo sólida maioria no Congresso e uma aprovação popular ainda bem maior que Collor e Dilma. Mas convém não tomar o passado como certeza do futuro. Sim, é desesperador perceber que ainda cerca de um terço do país acha que tá tudo bem, mas o Trump, HOJE, com 400 mil mortes e uma tentativa frustrada de golpe, tá saindo da presidência com 34% de aprovação segundo o último Gallup. Um número historicamente baixo (o menor desde Truman, em 1953), mas ainda impressiona um terço dos americanos aprovarem o governo desastroso do laranjão, principalmente na gestão da pandemia.
E a gestão da pandemia pelo governo federal brasileiro é entre CATASTRÓFICA e INEXISTENTE, e finalmente esta percepção está começando a se consolidar entre a maioria da população. Por isso, mesmo se todas as condições de temperatura e pressão consideradas necessárias por nossos analistas políticos não estarem ainda presentes, a conversa sobre impeachment tem que estar na mesa, tem que haver pressão da opinião pública, manifestação como for possível nesse momento, e a impressão de que as forças que levaram a cabo o golpeachment da Dilma estarem aderindo ao Fora Bolsonaro merece preocupação, mas a esquerda traumatizada por 2016 e enfraquecida sozinha não vai tirar o Bozo, e precisa neste momento marcar posição, denunciar sim que o Bozo é a culminação do processo de golpe que começou lá em 2013 mas que qualquer esperança de normalização do cenário político depende de chutar o Bozo.
E, além dos cálculos políticos, responsabilizar o desgraçado pela matança que é sim obra dele é um IMPERATIVO MORAL. Uma CPI e processo de impeachment é o mínimo, tem que haver responsabilização penal. Pra ele e pra uma pá que tá ajudando ele na missão de matar brasileiros. As condições para o afastamento dele se criam a partir da vontade popular de não morrer sufocado pelo capitão, seus milicos e cloroquiners. Lembrando sempre que se deixar ele chegar em 2022, mesmo se tomar uma surra nas urnas ainda vai tentar golpe e encher o saco. Então melhor neutralizar ele agora. E certamente ainda não vou sofrer com a perspectiva de ter que votar no Dória contra o Bozo no segundo turno em 22, ainda acho pouco provável que esse cenário aconteça, mas na boa, já deixo registrado aqui que voto 45 FIRMÃO, com dor no coração mas firmão.
Um passo fundamental pra derrubar o Bozo é derrubar a vasta, parruda e capilarizada rede de desinformação que engloba zap mas tb feice, tuiter, insta, iutubi e também a mídia tradicional (oi, Jovem Klan). Mas isso é assunto pra uma próxima Paulada…
Como falei, hoje estava de bom humor, com a vacina chegando e a derrota do Bozo, e essa pedrada ao vivo do Stevie Wonder em 1976, bem no meio de sua melhor fase criativa, caiu muito bem pra alegrar a segundona.