A Paulada Diária #047 - 11/03/2021
Sim, a chavinha virou... E só precisou de um FREESTYLE do Barba
A terça-feira já havia sido gloriosa com o voto DE ANTOLOGIA do excelentíssimo Gil Marmendes no julgamento de suspeição de Serjomoro. Na segunda, me perguntava se a decisão inesperada do Fachin em anular todos os processos do Lula na Vara de Curitiba era a senha para uma inflexão, suspendendo a proscrição política do maior líder político e popular de nossa geração e rivalizando talvez apenas com Getúlio e Pedro II entre os maiores da História brasileira e o deixando livre para se candidatar novamente à presidência, como franco favorito, e ao posto, que estava vago, de líder de uma oposição efetiva e forte contra o desgoverno da morte do verme Bozo e seus asseclas.
Já estava me sentindo mais leve, tranquilo e esperançoso como há muito não me sentia desde segunda, mas o discurso histórico de Luiz Inácio tirou uma tonelada das costas de milhões de pessoas que estavam apanhando há cinco anos e até dos que haviam embarcado na sanha antipetista alimentada por muitos que hoje tentam se esquivar da responsabilidade, mas em algum momento, caíram na real de que tudo o que aconteceu no processo político desde que a Lava Jato surgiu como ator DISRUPTIVO no sistema democrático brasileiro foi uma grande farsa com o objetivo claro que destruir politicamente o único brasileiro com lastro pra, depois de 580 dias preso e de um inferno kafkiano de quase sete anos, matar no peito, botar a bola no chão e chamar a marcação pra si, falando que não guarda mágoa e deixa o passado no passado mas tem uma missão de liderar o enfrentamento do maior desafio sanitário que a República assiste desde 1918.
Acho que todo mundo viu os melhores momentos, mas puta merda, falar o óbvio, com todas as letras, lembrar o que tá acontecendo, a mostrar como poderia ser diferente, com o FLOW, a cadência, o encadeamento de ideias meio caótico mas genial, a improvisação, os ADEVOGADO, os palavrões daqueles que saem tão naturalmente que nem parece.. o véio Lula é um absoluto mestre da oratória. Mas isso já sabíamos. O que chocou foi o contraste com a miséria intelectual e humana dos que nos lideram atualmente, e não falo só do lixo do Jair, mas claro que ele é o principal exemplo. Mas enfim, só pela EXALTAÇÃO A ZÉ GOTINHA já lavou a alma.
A única conclusão possível é que TEM QUE POLARIZAR SIM com esse fascismo delirante psicótico que hoje nos governa, afinal o que seria o pólo oposto de um projeto que espalha a peste, a miséria, a fome a morte? O oposto disso tudo. E o Barba lembrou magistralmente a todos que, não muito tempo atrás, estávamos neste lugar melhor, e nada nos impede de voltar. Há muita análise boa e ruim sobre o significado e consequências dessa volta do Lula ao ringue - a do Sakamoto sempre vale ler - E o resumo é esse: discurso de estadista, no momento em que um estadia estava sendo desesperadamente necessário.
Neste dia, o Brasil pela primeira vez passou de 2 mil registros de mortes por dia. E vai piorar antes de melhorar. E está sendo muito pior do que poderia ser por negligência, omissão, irresponsabilidade criminosa do presidente da república e do seu grupo político, em especial das Forças Armadas que hoje de fato ocupam o Poder Exevutivo. Há um ano, vivemos sob o terror de um governo genocida, liderado por um psicopata que escarnecia da dor de quem perdeu entes queridos e só visava normalizar a morte e o horror para nos manter reféns aterrorizados, sendo torturados a conta gotas. Com um discurso, Luiz Inácio Lula da Silva quebrou esse encanto macabro. Incrivelmente, fez Bolsonazi meter o rabo entre as pernas e ter que mostrar serviço, descontando todos os recibos passados. O regime está acuado como nunca esteve, só porque finalmente deixamos um homem livre pra falar e agir, o único estadista em atividade nesse país.
Bem, agora tudo se encaminha pela batalha final épica pela alma nacional. Claro que seria bom se surgisse uma terceira opção para os que não se sentem representados nem por Jair Messias nem por Luiz Inácio, que idealmente tiraria o Jair do segundo turno e enterraria esse lamentável episódio chamado bolsonarismo, mas, dando a lógica, é os dois, e quem se posicionar de um lado ou de outro vai ter escrito seu nome numa escolha que não é nada difícil.
Lula deve facilitar a vida do pessoal do centro, adotando o figurino 2002, mas mesmo assim alguns vão falar que a escolha é difícil. Vou estar de olho, com caneta e bloquinho, anotando.